Um Maio mais pobre sem Feira de Antiguidades e Velharias

Cumpre ao Executivo da União de Freguesias de Alcobaça e Vestiaria expressar a todos os seus fregueses e visitantes a lamentação pela não realização da edição de maio da Feira de Antiguidades e Velharias de Alcobaça. Com o mesmo propósito, dirigirmo-nos ainda a todos os feirantes pelas consequências negativas que lhes trouxemos.

Há cerca de 5 meses atrás, aquando da transferência da feira para a frente do Mosteiro este Executivo tomou a iniciativa de alertar a Câmara Municipal de Alcobaça para a coincidência temporal e espacial com a realização programada da Recriação do Mercado Século XIX e a inteira disponibilidade para a preparação de uma solução conjunta. A sequência de alertas deu-se e reforçou-se no momento em que se entendeu a existência de uma terceira organização autorizada pela mesma CMA - 1º Campeonato Nacional de Bombeiros "Firefighter Combat Challenge" - com uma temática tão distante.

Sem respostas e já em vésperas do fim de semana foi disponibilizado o croqui do espaço. Analisado, entendeu este Executivo a individualidade pensada para cada um dos três eventos e decidiu não estarem reunidas as condições necessárias para a sua boa concretização. A proposta passaria pela colocação dos vendedores na estrada da Praça 25 de Abril, alinhados junto dos pinos e com a pontual circulação de trânsito, ou em alternativa a deslocação da feira para outro ponto da cidade. Nenhuma das opções foi considerada satisfatória atendendo que:
- Representaria aceitar condições de trabalho pouco dignas para os vendedores, bem como a invasão e o prejuízo dos espaços de esplanada existentes;
- Representaria quebrar o compromisso assumido com os vendedores no que respeita às regras de contratualização dos espaços de exposição, medida introduzida  como forma de optimização da feira e conquista da assiduidade dos feirantes;
- Representaria concordar com a desequilibrada distribuição de espaços com prejuízo das condições de segurança para todos os intervenientes (feirantes e visitantes) que em nada dignificaria os vários eventos;

Dita o bom senso institucional, a estratégia e a boa gestão dos dinheiros públicos em prol dos interesses das comunidades, ser tão negativa a ausência de dinâmicas culturais (ou outras), como o excesso e a sobreposição de várias, se nada for feito pelas suas organizações no sentido da complementaridade e do reforço de objetivos. Neste sentido, e dada a irredutibilidade em relação à utilização partilhada e organizada do enorme e habitual espaço da feira, decidiu este Executivo pelo cancelamento do seu evento mensal em prol da dignidade de todos - feirantes, participantes, visitantes e organizações - apesar de cientes das consequências que dai poderiam advir e de sentir que seria perfeita a conjugação de identidades das feiras.

Porém, por se tratar do único evento de repetição mensal da nossa freguesia, pela relevância que a Feira das Antiguidades e Velharias ainda poderá assumir na sua realidade económica, cultural e turística e pelos objetivos priorizados e delineados no nosso plano de atividades, continuará este Executivo a trabalhar no sentido da sua melhor afirmação.